04/11/2013

Só vim tirar o pó

E este blog, como a poesia que encontrei e reescrevo, acabou virando um espaço de lembranças, semi-abandonado... como todos nós em algum momento da vida ;)




"Você é mistério, brisa fresca misteriosa... perfume de flor sutil que logo some quase sem vestígios, só um sopro, um toque, um gosto...

Teus cristais e tuas flores eu vejo, reconheço e sinto, mas tão ocultos, tão guardados... tuas proteções, teu silêncio determinado, teu olhar ausente... teus mundos, teus medos e tua beleza

Teu sorriso suave, teus suspiros sutis, tua presença timidamente feliz, tua tristeza calma, tua pele, teu passado, teus anseios... tua cura

Eu sinto, eu vejo e reconheço
e sentir me toca, ver me inspira, reconhecer me move."

Seguido de até breve, que mais parece adeus!

Foto: Huro Ohara

18/04/2011

Ciranda da bailarina



Uma exposição de fotos nesse final de semana me fez relembrar uma lição que recebi do meu pai (mais uma). Na exposição em questão, existia um projeto onde uma pessoa contava algo representativo sobre sua infância. Pensei em várias situações, mas uma em especial que eu sempre carrego, decidi transformar em post.

Quando eu era pequena, fazia ballet clássico. Comecei com um colant rosa e fui me dando bem. Passei para as tão desejadas sapatilhas de ponta, já dava piruetas duplas :) em pouco tempo, minha professora super rigorosa, foi me passando para os estágios superiores, até que eu fui parar num nível super avançado. As meninas eram lindas, magérrimas, alongadíssimas, recebiam aulas dos melhores professores do Teatro Guaíra de Curitiba e executavam com perfeição clássicos de repertório como Dom Quixote, Coppelia, Paquita entre outros. Eu tinha então um empasse, poderia me manter num nível abaixo ou então participar daquelas aulas de 7 horas/dia. Era pra ser um sonho, mas tanta perfeição me fez olhar pra mim, um ser nem lindo e muito menos magérrimo (!) eu nunca fui das mais alongadas e só dava piruetas duplas, enquanto elas ensaiavam fuetes. Tudo isso me fez sentir péssima, diminuída e frustrada.

Em meio a um dos meus regimes, meu pai, provavelmente bem preocupado com a minha integridade física e mental, me fez pensar sobre meus valores. Disse que eu deveria optar por ser a melhor bailarina entre as inferiores ou então a pior entre as melhores. A primeira opção enxeria meu ego e me faria vaidosa, a segunda me faria crescer e evoluir porque eu teria sempre o que aprender.

Continuo sempre tentando optar por ser a pior bailarina :)

23/03/2011

Como cansa ficar na moda


É isso, defini que não sou bloggueira, o que já estava explícito, já que eu escrevo uma vez por ano, e nem sou twitteira porque tenho preguiça de ler os TT's e colocar hashtags coerentes nos meus posts e muito menos fashion, essa eu dispenso comentários.
A corrida da modernidade cansa! Além de todas as minhas tarefas como dona de casa que envolve limpeza, organização e afins, tenho ainda que ser mulher (tenho, juro), estar sempre presente, aceitável e afins (essa só as mulheres entendem) eu ainda tenho que estar por dentro de tudo, digo TUDO que acontece, porque um dia, um belo dia, decidi ser publicitária. Cada job que cai no meu colo é pra um público especifico, diferente do de ontem e oposto ao de amanhã, como atinjo essa galera? ESTUDANDO! Quer dizer, além daqueles longos anos na faculdade, noites não dormidas na pós graduação, eu ainda tenho que permanecer estudando o resto da vida, entendendo como essa galera pensa, e o que ela espera da comunicação!

Cada dia tem mais informação por aí, mais livros, mais blogs, mais tendências, mais modices... eles até renovam a gramática portuguesa (como assim?!) e eu mal consigo escutar uma nova banda. Cansei dessa corrida, parei. Amanhã tem mais, já tô atrasada, droga.

Imagem: http://ffffound.com/

02/10/2010

LET´S RESTART

O sábado começou nostálgico, assistindo uma espécie de recordações da MTV, deve ter sido uma forma de colocar um pouco de música na programação ;)
Lembrei da Astrid, por onde ela anda?
E o Gabriel (o Pensador)? e a fita que eu tinha dele? rs

Ao som de "eu sou playboy, filhinho de papai, sou um débil mental, nós somos todos iguais", que hoje, facilmente seria censurada pela débil mentalidade, lembrei da censura, por onde ela anda?

Realmente, a música é um grande formador de caráter, opinião, atitude e cultura da galera e continuo achando que os 'ídolos' não entendem a responsabilidade que tem no comportamento diário dos fãs, que por sinal são cada vez demasiadamente FÃS.

"You know I´m such a fool for you... lalala... do you have to, do you have to, do you have to... "

Uma boa eleição pra nós!
Não esqueçam do RG e Título de eleitor, norma que poderia ser adotada no VMB :) #ficadica

24/09/2010

Histórias de ninar

Era mais ou menos assim (o novo 'Era uma vez') existia um rapaz, bem apessoado, gel no cabelo, camisa dentro da calça e coisa e tal, ele tinha um coração bem bonito, vermelhinho, gordinho e brilhante e isso fazia ele se sentir muito especial, o escolhido de Deus pra herdar toda a beleza deste mundo. O Cara do coração lindo!

Ele olhava pro coração das outras pessoas, alguns murchos ou faltando pedaços, outros cansados, ralados e gargalhava. - E ai, cara do coração acelerado, vai com calma na descida, dizia.

Certo dia, o folgado foi até um senhor com o coração bem zoado. O senhorzinho de cabelos brancos e fofos ouviu os insultos sobre seu coração retalhado e sorriu. - Meu coração tem muitos pedaços mesmo, são daqueles que amei (acho romântica essa parte) assim como cada um deles também tem parte do meu coração. Entre picos extremos de emoção, acabou ficando um pouco desforme e opaco, gosto dele assim. Seu coração certamente está intacto, disse com ar preocupado.

Baixando a cabeça, ele saiu triste: - Poxa, mas que porcaria que é ter um coração perfeito. Olhou pro seu coração e viu que faltava um pedaço, sorriu.

(contada pelo meu pai, o Sr. David)

25/08/2010

Insônia Insone Infame

Se vc também sofre desse mal,  é provável que se identifique comigo.  Tenho a sorte de não precisar acordar tão cedo,  mas o infortúnio de sempre que deito para dormir, ser atingida por um turbilhão de informações que invadem minha cabeça... [não necessariamente coisas úteis].

O pior de ser insone é ter alguém dormindo com vc que é “deita e dorme”, ai fica vc lá querendo conversar, contar detalhes do seu dia [não necessariamente coisas úteis] ou falar sobre o dia seguinte, não sei, qualquer coisa! É o que acontece toda noite comigo. Até que em uma noite, provavelmente irritante, o Pedro me aconselhou a contar carneirinhos.... ria, porque foi o que eu fiz. Pensei:

Imagina, já sou gente grande [termo usado por quem não é], e tenho que me submeter a contar carneirinhos?! Vou contar 1000 desses tais carneiros, brancos, fofos, pulando uma cerca de madeira velha, pra fugir sei lá de quem e sabe-se lá para onde...  enfim...  posso tentar, vamos lá... um carneirinho, dois carneirinhos...

Porra, eu ainda estou no segundo e tem mais 998 malditos carneirinhos, mas porque diabos eu fui começar isso, olhando para o teto, tentando me concentrar...  treze carneirinhos e a respiração do Pedro já era profunda... lembrei de um comercial da Bauducco que tinha um carneiro que virava travesseiro e que quarta servem carneiro no restaurante próximo do meu trabalho, pensei na diferença entre o carneiro e a ovelha e dos meninos que eu conheço com esse apelido. Vinte e quatro carneirinhos e ainda faltam 976...

05/07/2010

Contrato verbal

Hoje, nossa realidade é muito bem documentada. A burocracia impede ou tenta impedir que fujamos da ordem e do compromisso. Ela dificulta a corrupção e nos compromete a seguir um roteiro. Tudo isso é parte do “business”, mas e entre as pessoas? Quando não há nenhum interesse comercial/financeiro, nenhuma necessidade de vantagem senão a do bem mútuo, como assumir uma relação sem termos e parágrafos de um contrato? Onde estão as testemunhas, as provas? Onde está o meu advogado?

As palavras que proferimos, criam mundo que frequentamos diariamente e que também é frequentado por quem nos ouve. Descrevemos o chão que será pisado e a altura do céu que será contemplado. Definimos onde os caminhos levarão e quais as poças que deveremos pular. É um contrato verbal, assinado e testemunhado pela nossa consciência, nosso poder de discernimento e nossa inteira responsabilidade.

Quando se cria um mundo irreal, com palavras avulsas ou promessas vazias, chegamos no mundo e não encontramos o chão, corremos o risco de bater a cabeça num pé direito mais baixo, de pegar a direção errada daquela estrada que já estava gravada no destino do GPS... nos perdemos.

Por isso é tão importante não falar em vão, quando disser, que sejam verdades, não simples blablablas inconsequentes. É essencial assumir nossas palavras como um contrato, justo e digno. Formulando, pensando, projetanto, argumentando e construindo, como um piso firme.

Texto escrito para o blog http://noscontudo.blogspot.com. Visite!

03/03/2010

Tatuagem: arte ou produto?

O que já foi resquício cultural dentro de tribos exclusas e que já viajou mares através da pele dos marinheiros, seja contando uma história, marcando presidiários ou eternizando memórias, a tatuagem se transformou em movimento artístico marginal para, depois de cinquenta anos no Brasil, se tornar mais um produto da indústria cultural. Isso, com direito a participação especial em desfiles da Chanel, tida como ícone de referência da moda e exposição nas novelas e reality shows em horários nobres da tv aberta.

O que tinha como característica principal o fato de ser tão temporal quanto nossa existência, atualmente dá um jeito de ser tão removível e superficial como um adorno qualquer.

Entre a questão efêmero ou eterno, a tatuagem, hoje, cultura de massa, passa por um processo de moda com direito a mudança de coleção.

Esse é o tema do meu estudo para a produção da minha monografia na pós-graduação em Comunicação e queria a opinião dos tatuados ou não sobre o assunto. Qual é o destino da tatuagem?

17/02/2010

Meu vizinho

Meu vizinho é velho
Daqueles com o pensamento atrasado

Ele é feio
Como quem está sempre de mau humor

Ele não diz ´Bom dia!´ e quando diz, diz quase pra dentro
Como se fosse gastar uma cota de ´Bom dias!´ de algum recipiente interno

Ele bate as coisas (rs), não sei ao certo o que
Daqui, parece um passarinho se batendo contra as grades de uma gaiola

Até pudia abrir a porta
Mas sei que vou encontrar tudo apagado e vazio.

08/02/2010

Somos mais preocupados com o que somos ou com o que os outros pensam que somos?

Nesse post não quero comentários, não quero saber o que você pensa.
Porque, por mais desapegada que eu ache que eu sou, passo, sim, algum tempo imaginando as conclusões que as pessoas tem sobre mim, que as vezes até esqueço de mim.

Num universo mais superficial, é como comparar a uma pessoa que se olha muitas vezes no espelho. Você se olha pra saber se você está bem. Mas se você está bem, pra que se olhar no espelho? Bastaria sentir-se bem, né?

A questão é estar bem para outras pessoas. Não é uma questão de auto-afirmação, mas de auto-confiança.

Hoje, não quero opiniões. Vou sair sem olhar pro espelho e exercitar o que quero ser pra mim, não pra você.