Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça e a sabedoria de só saber crescer até dar pé.
Eu não sei onde quero chegar e só sirvo para uma coisa - que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu, lipa
Eu, calipto.
Gostas de um som tempestade roque lenha muito heavy
Prefiro o barroco italiano e dos alemães o mais leve.
És vidrada no Lobo
eu sou mais albônico.
Tu, fão.
Eu, fônico.
És suculenta e selvagem como uma fruta do trópico
Eu já sequei e me resignei como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
Tu, piniquim.
Eu, ropeu.
Gostas daquelas festas que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais em que sou pertinente e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma miss, eu um místico.
Tu, multo.
Eu, carístico.
És colorida, um pouco aérea, e só pensas em ti.
Sou meio cinzento, algo rasteiro, e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano
uma sã e o outro insano.
Tu, cano.
Eu, clidiano.
Dizes na cara o que te vem a cabeça com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras, escolho uma terceira e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu, tano.
Eu, femismo.
2 comentários:
Oi Mari, tudo bom?!
Muito bonitinho o poema. É como dizem, tem que existir diferenças pra surgir a atração.
B-jus!!
Acabo de descobrir o meu conceito de mulher inteligente.
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