Napolitano, o sorvete de massa

(Por Murilo Gun)

Li uma crônica sobre a teoria do sorvete Napolitano, dizia os consumidores de sorvete serem divididos em duas personalidades: morangos e chocolates.

Os 'morangos' consumiam sorvetes de fruta como maracujá, abacaxi ou limão.
Os 'chocolates' gostam mais dos cremosos como leite condensado, doce de leite ou creme.

Raros (3,8%) dos pedidos, eram de sorvete de chocolate com morango. E a maior incidência deste, é entre jovens, talvez porque ainda não definiram bem sua personalidade.

Isso justifica o sucesso do Napolitano, o sabor mais vendido, ele agrada a todos, morangos e chocolates, gregos e troianos.

Observando o consumo do sorvete, pode-se notar que os sabores nunca descem de forma uniforme no pote. A explicação é que, quando chega um 'morango', o nível do lado do morango desce bruscamente, até que chega um 'chocolate' e desnivela para o lado do chocolate.

Essa é a explicação pela qual os sabores são dispostos em tiras finas e longas no pote. Para que cada personalidade possa pegar uma quantidade mais longa do seu sabor preferido. Se a combinação fosse bem aceita, os sabores seriam dispostos em tiras grossas e curtas para que fosse possível pegar tiras finas e longas com todos os sabores.

Um segredo que poucos sabem: o Napolitano original era composto só de morango e chocolate. Mas os consumidores reclamavam que não conseguiam pegar o seu sabor sem misturar com o sabor vizinho. Por isso é que colocaram aquele sorvete branco (que não se sabe até hoje se é baunilha, creme ou coco) no meio. Trata-se meramente de um separador.

A teoria é muito interessante, convenhamos! É como separarmos o bem do mal... o frio do quente... morango e chocolate, quando na verdade nada é uma coisa ou outra mas, resultado da mistura de sabores.

Mídia, se estiver me ouvindo, seja o separador!